quarta-feira, 5 de maio de 2010

Chamava-se Luís e era nosso colega.


Luís, professor de música, escolheu o silêncio no dia 9 de Fevereiro. Parou o carro na Ponte 25 de Abril e atirou-se ao Tejo. Atirou a vida e acabou, dessa maneira, com os problemas que o atormentavam. Luís pôs fim à vida porque era vítima de bullying na escola onde leccionava, a EB2,3 de Fitares, em Sintra.

«Se o meu destino é sofrer dando aulas a alunos que não me respeitam e que me põem fora de mim, a única solução é o suicídio». Esta frase só foi encontrada no computador de Luís depois da morte. Tarde de mais. Mas os sinais do desespero estavam lá. Colegas e família reconhecem que ele era uma pessoa reservada e frágil. A história de Luís chocou a comunidade docente que fez circular a notícia por e-mail.
No caso de Luís, as agressões eram tanto físicas como psicológicas. Chamavam-lhe «cão», «careca» e davam-lhe «calduços» quando se dirigia para as salas de aula. O professor queixou-se, pelo menos sete vezes à Direcção da escola. O Jornal «I» teve acesso a uma dessas participações feitas pelo professor de música. Nela pode ler-se que marcou falta disciplinar a um aluno e que propunha que fossem aplicadas «medidas sancionatórias». O sindicato não comenta, mas está em crer que «a escola terá feito o possível no quadro que o Ministério da Educação permite».

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